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A Dama de Shangai [Crítica]

Clássico expoente do cinema Noir, A Dama de Shangai traz vários elementos que são consagrados pelo cinema da sua época. A sua trama, sua ambientação e suas problemáticas são bem evidentes como elementos reincidentes em filmes Noir, mesmo não sendo, hoje em dia, pra mim, uma obra tão engajante.
A história nos é narrada pelo protagonista Michael, que cruza o caminho de uma mulher peculiar e se vê enfeitiçado pela moça. Aqui já somos introduzidos em um dos elementos do Noir que movem essa narrativa, a Femme Fatale. Conhecemos então Elsa, uma mulher misteriosa por quem Michael se apaixona, mesmo sem aceitar. A partir de então a narrativa toma vários rumos, nos lavando para paisagens paradisíacas destoando do clima geralmente tenso, com paisagens noturnas e escuras da cidade grande do cinema Noir. Mesmo assim, a temática de morte, corrupção, vilania feminina e ingenuidade do protagonista estão sempre presentes na trama. Os planos que vão sendo revelados com o decorrer da história vão se empilhando uns aos outros, mostrando que ninguém é quem demonstra ser, expondo uma visão de sociedade bastante coerente com a sua época de que não se podia confiar em ninguém. Num contexto histórico de grande destruição pós-guerra e início das tensões absurdas da Guerra Fria, a iminência de uma catástrofe se instaurou no imaginário coletivo criando assim pensamentos de individualidade que transformaram a sociedade do período. Assim, o filme traz também sua trama com assassinatos, julgamentos, intrigas e questionamentos das morais até que chegamos a um clímax até que destoante do que poderíamos imaginar. Toda essa construção narrativa que o filme introduz na segunda metade da história é mais interessante e realmente me fez querer entender onde tudo ia acabar, porém sua metade inicial é monótona e cansativa demais para me fazer realmente me importar com seus personagens. Assim, o filme foi pra mim um tanto quanto inconstante, mas tem lá seus méritos, além de ter uma direção que consegue transmitir o clima desejado para a trama.
Não foi um dos clássicos que mais me cativaram, mas conseguiu transmitir sua mensagem e me transportar um pouquinho para sua época, com seu clima tenso e sombrio e atmosfera sufocante de tensão e insegurança. Por tudo isso e por uma história curiosa, temos um clássico que não envelheceu tão bem, mas consegue contar sua história de maneira razoável.

Nota do autor:

Avaliação: 1.5 de 5.

Gabriel Santana

Título OriginalThe Lady from Shanghai
Lançamento1947
País de OrigemEUA
DistribuidoraColumbia Pictures
Duração1h27m
DireçãoOrson Welles

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