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No Tempo das Diligências [Crítica]

Clássico do cinema estadunidense, um dos mais notáveis filmes de faroeste e trazendo grandes avanços técnicos para filmes do gênero, esse longa é um ponto importante para a história do cinema e ainda consegue nos dizer muito sobre sua época e sobre o período histórico retratado.
A trama conta a história de uma viagem pelo clássico Velho Oeste, onde uma diligência precisa atravessar um território perigoso para alcançar a sua cidade de destino próximo a fronteira com o México. Primeiramente, em relação a história, temos aqui uma trama bem mais complexa do que muitos dos outros filmes do gênero da época que se resumiam a apenas um combate. Aqui o filme trata de temas como os padrões sociais da época e sua quebra, a relação com os mexicanos, o banditismo e a relação com os povos originários americanos. Relações essas que são bem estereotipadas e adaptadas a narrativas do indígena malvado e vilão que é selvagem e precisa ser destruído pelos “libertadores” do leste. Esses elementos demonstram o peso histórico dos filmes e como eles retratam a visão das sociedades vencedoras em relação as que foram violentamente expulsas das suas terras de origem. Assim, temos uma trama pautada nos princípios da moral americana e somos apresentados a diversos elementos de contradição. Agora, deixando um pouco de lado a trama, os elementos técnicos utilizados aqui, para a época e para o valor gasto na produção são realmente espetaculares. São sequências de ação bem conduzidas, com troca de planos abertos para fechados, panorâmicas e closes bem pensados para causar o efeito de iminência necessário no espectador. Aliado a isso, o som consegue trazer ainda mais emoção para as cenas e a trilha sonora vai acompanhando muito bem o desenrolar dos acontecimentos em cena. Takes de câmera arriscados e performances de ação convincentes ajudam a dar ao filme, ainda hoje, um ar frenético. Mesmo com todos os pontos históricos negativos, a narrativa é coerente e desenvolve os personagens bem para uma conclusão que é esperada desde o princípio. Essa iminência é alimentada muito bem, o que nos deixa presos até o final.
Juntando uma evolução incrível dos efeitos técnicos para a época e uma história que consegue capturar o público, o filme é uma obra muito importante para o cinema e, pra mim, foi uma grande obra para o seu tempo. Hoje, ainda conseguiu me manter entretido e por isso, mereceu os títulos que carrega.

Nota do autor:

Avaliação: 2 de 5.

Gabriel Santana

Título OriginalStagecoach
Lançamento1939
País de OrigemEUA
DistribuidoraWalter Wanger Productions
Duração1h36m
DireçãoJohn Ford

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