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A Sniper Russa [Crítica]

Esse é um filme russo-ucraniano de 2015 que mostra a história da atiradora Lyudmila Pavlichenko, heroína de guerra soviética durante a segunda guerra mundial. Vendo agora o filme, é triste perceber que a guerra ainda continua sendo uma realidade até entre quem, tempos atrás, estavam unidos do mesmo lado do campo de batalha. De qualquer forma, avaliando a obra, o filme me agradou e conseguiu deixar sua mensagem, mesmo que não seja nenhum grande clássico.
Pra começar, eu gosto sempre de ressaltar que biografia e história são dois dos meus gêneros favoritos de filmes e, por isso, é possível que eu tenha um apresso maior por filmes desses gêneros sem qualquer motivação específica. Mas, no filme em questão aqui, acredito que o mesmo tenha bons méritos no que diz respeito à condução da trama e dos assuntos abordados. Como em qualquer filme de guerra, o sentimento de revolta e indignação é presente por acompanhar uma das piores coisas que a humanidade já vivenciou e, infelizmente, ainda vivencia. Como é um filme biográfico, acompanhamos a trajetória da sniper russa Lyuda Pavlichenko e experienciamos os seus feitos durante a investida alemã sob a União Soviética. Interessante como o filme também abordou a figura da então primeira dama dos Estados Unidos, Eleanor Roosevelt, como uma espécie de narradora da trama e intercalou momentos diferentes da vida de Lyuda durante o longa. Algumas vezes isso me deixou um pouco perdido, mas foi uma decisão de montagem interessante e que não comprometeu tanto o resultado final. É perceptível também que a produção não dispunha de um orçamento tão recheado quanto outros filmes do gênero e por isso os efeitos visuais e maquiagem não são o ponto principal do filme, mas eles foram até que bem executados numa avaliação mais ampla. Além disso, o que mais me interessa num filme é sua história e a capacidade narrativa dos seus realizadores e não apenas as partes visuais, então, acho que o filme não foi muito comprometido pelo pouco orçamento. Como qualquer filme do gênero, o filme expõe o horror da guerra e como isso pode afetar o psicológico individual e coletivo das pessoas envolvidas. Tudo isso foi, aqui, apresentado de uma perspectiva mais centrada na figura heroica da “Dama da Morte”, que ficou conhecida depois de matar mais de 300 soldados nazistas. As circunstâncias que levaram a isso e como esse símbolo foi usado para a exaltação da força soviética são alguns dos pontos principais da trama. Pelo que eu encontrei pesquisando sobre, o roteiro traz uma história bastante romantizada e adaptada da vida de Lyuda, mas seu título e sua influência são reais e importantes para mostrar que, de uma forma ou de outra, a guerra é um sofrimento para qualquer pessoa, homem ou mulher, na linha de frente ou não, e, por isso, devemos aprender olhando para o passado para que a mentalidade da humanidade no futuro seja menos perversa e violenta para todos. Infelizmente, ainda não é o caso.
Enfim, eu gostei da história da protagonista, mesmo não sabendo o quanto daquilo foi retratado com veracidade. Mas, como uma obra cinematográfica, o filme consegue se sustentar e é capaz de contar uma história de maneira consistente do início ao fim com um ritmo que me agradou e mexeu com minhas emoções. No final, qualquer filme assim consegue, pelo menos pra mim, trazer uma reflexão sobre nós mesmos e o mundo em que vivemos.

Nota do autor:

Avaliação: 3 de 5.

Gabriel Santana

Título OriginalБитва за Севастополь (Battle for Sevastopol)
Lançamento2015
País de OrigemUcrânia/Rússia
Distribuidora20th Century Fox
Duração1h50m
DireçãoSergey Mokritsky

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