Esse aqui é um daqueles filmes que eu simplesmente li a sinopse e deu vontade de assistir. Nem esperei muito tempo e fui lá ver, já que é bem curtinho. Posso dizer que esse não é nenhum clássico ou obra excepcional, mas acho que consegue alcançar o que pretendia como uma obra fechadinha.
A história segue a vida de um adolescente e sua mãe que têm passado por problemáticas próprias e quase nunca se comunicam bem. O garoto vive isolado no seu mundo de pseudo-celebridade na internet, em um site de streaming onde ele faz apresentações de músicas. A sua mãe é responsável por uma instituição de acolhimento de pessoas refugiadas ou que estão passando por problemas domiciliares. Ambos têm um ego enorme e no meio disso tudo o pai do rapaz apenas existe na vida deles. A problemática que faz o garoto repensar um pouco sua vida é a sua obsessão por uma menina do colégio. Para tentar impressioná-la, ele acredita que precisa ser mais culto, mas sua mente é incapaz de entender os valores e morais do grupo colegial do qual ela faz parte. Enquanto o jovem sofre em uma espécie de jornada da falsa ilustração – tentando se mostrar mais culto do que realmente consegue ser –, sua mãe se preocupa mais com o futuro dos outros mais do que o da sua própria família. É daí que vem o título do filme, pois a personalidade do garoto, aparentemente, acabou sendo moldada sozinha, sem muito auxílio da mãe e, quando ele precisou, ela estava mais preocupada com o restante do mundo e esqueceu que tinha uma responsabilidade afetiva para com sua casa. O transtorno que afeta a mãe super preocupada com a vida alheia acabou tornando o filho um garoto egoísta e ganancioso, incapaz de manter relações sociais saudáveis. Sua reclusão às redes sociais, exemplificadas no filme por um site de transmissões ao vivo de música, causou um isolamento do mundo exterior que, quando ele tentou ultrapassar, percebeu que não tinha apresto. Enfim, essa é uma história que serve de exemplo para uma realidade muito comum ultimamente no mundo real, o abandono afetivo dos filhos para as tecnologias. O que poderia servir de auxílio acaba se tornando a única maneira de refúgio para os jovens, o que causa grandes transtornos, até citados no longa pelo pai do garoto em um jantar, que podem levar a graves desfechos. O pai dele, inclusive, se torna vítima da personalidade dos dois protagonistas, pois, acaba sendo completamente esquecido na vida de ambos, já que um é egoísta demais para se lembrar das outras pessoas e a outra é altruísta demais para pensar na sua própria vida familiar.
A trama desenvolve um belo estudo de personagens que podem gerar bons frutos e ensinamentos importantes no mundo de hoje. Mais uma produção da A24 que tem personalidade o suficiente para ser lembrada e um elenco funcional para carregar uma história direta ao ponto satisfatória.
Nota do autor:
Gabriel Santana
| Título Original | When You Finish Saving the World |
| Lançamento | 2022 |
| País de Origem | EUA |
| Distribuidora | A24 |
| Duração | 1h28m |
| Direção | Jesse Eisenberg |
Diário dos Filmes 
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