Steven Spielberg não gosta de ficar fora das premiações por um ano sequer. Mais uma vez ele demonstra seu talento atrás das câmeras com esse filme que curiosamente conta a história de um aspirante a diretor de cinema. Interessante, não? A experiência pra mim foi uma viagem por emoções e sentimentos opostos de uma maneira tão natural e cativante que eu me senti o tempo todo imerso na história. Realmente uma obra merecidamente aclamada.
Na trama, acompanhamos o crescimento de um jovem rapaz que pretende ser diretor de filmes, porém sua excêntrica família expõe para ele uma realidade complicada. Sammy, ou Sam, – o jovem protagonista – sonha em dirigir filmes e desde criança começou a brincar com sua imaginação. Quando ele vai crescendo, sua paixão continua, mesmo sendo desencorajado pelo pai que não vê nessa área um destino à altura. Além disso, depois de várias mudanças, o garoto sofre com o preconceito por ser judeu e precisa ter sua maturidade testada para lidar com tais apertos. No entanto, são outros problemas familiares que mexem ainda mais com as emoções do garoto. A oposição entre seu pai, um gênio que muitas vezes está ausente, e sua mãe, com personalidade mais artística e descontente com sua realidade de dona de casa, expõem os questionamentos que permearão todo o filme. A jornada de amadurecimento de Sam é bastante tocante e nos faz ficarmos em dúvida do que sentir em certas partes da trama. Tudo é exposto de maneira tão real e crível que parece que estamos sendo apresentados a uma família real. E de certa forma isso é verdade. Aqui estamos conhecendo um pouco da juventude do diretor e roteirista do filme, Steven Spielberg. Além de expor de forma pitoresca a sua história e os causos de sua família, Spielberg consegue viajar por diversas sensações e dá uma amplitude enorme a sua história. O seu filme serve como um grande tributo ao cinema e mostra as suas origens, sendo também um tributo à sua família. Os momentos em que os rolos de filme são manuseados por Sam/Steven demonstram um carinho enorme por essa arte e nos trazem para junto do protagonista, numa abordagem bem intimista da sua vida. Os problemas que atormentam Sam no início servem para torna-lo mais capaz de expressar suas emoções e o desenvolver disso nos é mostrado de forma tão tocante que é quase impossível não se importar com o destino da família. O longa consegue ter momentos mais sérios, cômicos, dramáticos e ainda tem um toque de metalinguagem para linkar as produções do filme com as da realidade. A trama de descobrimento pessoal e amadurecimento é vivida não só por um personagem, mas por toda a família e é apresentada de uma maneira excepcional. Por fim, uma frase ficou na minha cabeça: “A culpa é um desperdício de emoções”. Encerrando, essa obra consegue apresentar uma jornada incomum de uma maneira única e de forma tão hábil que não só nos transporta do início ao fim da narrativa, como também nos carrega para uma viagem pelas mais diversas emoções.
Com primor técnico e narrativo, essa obra conseguiu mexer comigo de verdade e minha empatia pelo jovem Sammy/Spielberg foi enorme do início ao fim. O filme conseguiu aflorar uma gama enorme de sentimentos e com certeza valeu cada minuto, pois as horas passaram voando. As 2 horas e meia do filme pareceram rápidas demais para a experiência que eu tive. Merece realmente ser lembrado nas premiações, pois Spielberg, mais uma vez, deixa de tributo ao cinema uma grande obra de arte. E com mais esse aqui, o senhor Steven é o diretor que eu mais assisti na minha vida até hoje.
Nota do autor:
Gabriel Santana
Título Original | The Fabelmans |
Lançamento | 2022 |
País de Origem | EUA |
Distribuidora | Universal Pictures |
Duração | 2h31m |
Direção | Steven Spielberg |
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