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O Nome da Rosa [Crítica]

Baseado no livro homônimo de Humberto Eco, O Nome da Rosa, lançado em 1986, não pareceu pra mim ter sofrido com a idade. A trama consegue ainda hoje ser engajante a o mistério e a ambientação foram os elementos mais cativantes. Mesmo não sendo um grande clássico, esse filme tem uma história interessante a contar.
Sean Connery interpreta nesse filme um frade franciscano engajado em desvendar o mistério de assassinatos em um monastério durante a idade média. Enquanto isso, ele e seu discípulo sofrem com a desconfiança de outros monges e com a presença de um representante da “Santa Inquisição” que pretende por um final a esse mistério. Por mais que seja um filme da década de 80, esse filme conseguiu desenvolver uma trama de mistério e investigação muito interessante. É fácil se envolver e ficar curioso pra tentar entender e descobrir o que está acontecendo naquele local. A ambientação de época com construções antigas gera também uma atmosfera de suspense que contribui bastante para dar o tom da narrativa. Sempre existe um ar ameaçador naquele local. O frade investigador nos cativa e parece ser uma espécie de Sherlock Holmes. Toda sua investigação converge para respostas lógicas e certeiras. Sua sanha para desvendar aquele mistério faz o ritmo do filme não desacelerar. Acredito que seja por isso que a narrativa seja familiar mesmo para quem assiste nos dias de hoje. Além da trama principal, o filme ainda acha espaço para fazer críticas a igreja daquela época, a hipocrisia dos religiosos e a inquisição. São levantadas várias questões a respeito disso tudo. As mais pertinentes dizem respeito a como a igreja lidava com os ensinamentos de Jesus e interpretava de modo a favorecer sempre a instituição. Além disso, a maneira como o clero abomina a pobreza e busca sempre a sofisticação e riqueza contribui para afastar o povo de Cristo. Também há uma abordagem do que seria o limite entre a moral cristã e o conhecimento mundano daquela época. Todas essas questões são levantadas pelo roteiro sem que o filme tenha que parar nem perder o ritmo da trama principal. Contudo, o filme também tem seus erros, mas que, a meu ver, foram superados por uma narrativa com ritmo constante e hábil para nos manter ligados do início ao fim.
Enfim, esse é um filme de 1986 que, pra mim, não sofreu com esse tempo e ainda hoje continua apresentando uma trama certeira para uma grande parte das pessoas. A própria estilização de época ajuda a aceitar que o filme se passa na idade média e as condições de vida são um ponto que mexem com nosso imaginário. Tentar se colocar no lugar dos personagens e ir entendendo o mistério junto com o protagonista deixa a trama, no mínimo, interessante.

Nota do autor:

Avaliação: 3.5 de 5.

Gabriel Santana

Título OriginalDer Name der Rose
Lançamento1986
País de OrigemAlemanha/Itália/França
DistribuidoraParis Filmes
Duração2h10m
DireçãoJean-Jacques Annaud

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