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Glass Onion – Um Mistério Knives Out [Crítica]

Não sei qual filme mais me surpreendeu: o primeiro ou esse aqui. Essa surpresa se deve a diversos pontos. Alguns em comum e outros diferentes, mas uma coisa realmente me deixou feliz aqui: pra mim, esse filme está à altura do antecessor. E só de uma sequência que chegou tão rápida ser uma boa experiência, pra mim, já é bem satisfatório.
A apresentação dinâmica dos personagens me agradou bastante nesse filme. Tudo parecia bem engajante desde o começo. Tudo envolvido com um toque de sarcasmo e ironia a respeito de temas da realidade atual. O primeiro ato realmente conseguiu me conquistar e já me deixou imerso nesse universo. A história por si só já é curiosa. Um bilionário convida seus amigos para uma festa. O problema é que esse grupo de amigos tem várias intrigas entrelaçadas e escondem (ou não) um segredo comprometedor. A festinha é numa ilha particular isolada e quem está lá com eles? O maior detetive do mundo, engajado em desvendar esse segredo. Nossa! Já me pegou daí. Apesar de o lançamento desse filme ter me pegado de surpresa, quando eu soube que sairia uma sequência eu já fiquei interessado. Só não sabia que sairia tão rápido. E olhe ela aqui. A trama é consistente o suficiente e apresenta um mistério à altura do primeiro filme. Me agradou bastante a dinâmica da trama e o jeito como ela te convida a participar da investigação. A quantidade de sub tramas me deixou um pouco desnorteado no começo e eu pausei algumas vezes pra fazer minhas especulações. Pra mim, isso não atrapalhou e sim agregou na experiência. Minha imersão foi ótima. As distrações que o roteiro criou também são um ponto a destacar. Não dá pra saber se é possível descartar ninguém. O detetive é realmente cativante, graças a uma ótima apresentação do Daniel Craig. Quando nós vamos mergulhando mais e mais na história de cada um dos personagens vamos descobrindo que todos eles têm muitas e muitas camadas, igual uma cebola – (interessante não é mesmo?). Tudo isso me deixou inquieto tentando entender as motivações e interesses. O universo meio surreal é agradável, pois apresenta elementos inimagináveis em um único lugar. Até a metade do filme nós achamos que estamos participando da investigação, mas aí a trama te dá uma rasteira. É um “plot twist”. Ok, ok. Pra mim, foi um tanto quanto trapaceiro, mas era de se esperar, só que não aqui. Isso me deixou um pouco desconfortável, pois reformulou toda a narrativa e nos apresentou uma perspectiva totalmente diferente. Isso por si só não acabou com o mistério, mas deu uma boa revirada. Quando “consegui acompanhar novamente” a trama, me vi de novo na mesma imersão e na mesma inquietude de tentar entender e encaixar as partes. Então finalmente chegamos ao clímax e as peças começam a ser montadas. Porém, novamente, o filme te dá outra rasteira, mesmo que dessa vez tudo estava perfeitamente encaixado e se encaminhando para um final surpreendente. Na tentativa de ser icônico temos um final desconfortável, mas que consegue, ao mesmo tempo, ser muito satisfatório. Esse foi meu sentimento quando eu acabei. Pra mim, esse encerramento conseguiu ser icônico o suficiente e mais satisfatório do que desagradável. Um equilíbrio na medida certa, eu diria.
Eu consigo afirmar que a minha experiência com esse filme foi bem parecida com a do primeiro longa. Por mais que o antecessor se destaque pela originalidade, esse aqui usou muito bem a fórmula. Além do mais, deu uma atualizada (até com o contexto da pandemia no início) e foi, pra mim, uma aventura bastante divertida. (Uma última teoria: o maluco das ervas lá da ilha foi quem escreveu esse filme. Tenho certeza, não é possível!).

Nota do autor:

Avaliação: 4.5 de 5.

Gabriel Santana

Título OriginalGlass Onion
Lançamento2022
País de OrigemEUA
DistribuidoraNetflix
Duração2h19m
DireçãoRian Johnson

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